Lia-se no Jornal de Beltrão na semana passada.... e a noticia chegou ao meu email através de uma colega brasileira honestamente satisfeita com a nova grafia única....
http://www.jornaldebeltrao.com.br/noticias/noticias.asp?id=23617&idsessao=1Geral - Ortografia
14/04/2007 - 09h57
Brasil, Portugal e mais seis terão a mesma grafia portuguesa a partir de janeiro de 2008Foi notícia nesta semana. A partir de janeiro de 2008 a ortografia dos países de língua portuguesa será a mesma.
Primeiro foi a vez do Brasil tentar a unificação da língua, em 1986. Depois, em 1990, reuniram-se em Portugal os oito países do CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa — Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste).
O Congresso brasileiro aprovou a unificação ortográfica ainda em 1995. Basicamente, elimina-se o trema, mudam-se as normas para o uso do hífen, introduzem-se novamente no alfabeto as letras k, w e y (teremos então 26 letras oficiais, e não 23 como hoje) e revogam-se alguns acentos.
Alguns exemplos: Os portugueses terão de retirar o h inicial de algumas palavras, como em “herva” e “húmido”, que passarão a ser grafadas como no Brasil: “erva” e “úmido”. Para os brasileiros, não se usará mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos “crer”, “dar”, “ler”, “ver” e seus derivados. A grafia correta será “creem”, “deem”, “leem” e “veem”.
O acento circunflexo em palavras terminados em hiato “oo”, como “enjôo”, também cairá. O acento também deixará de ser usado para diferenciar “pára” (verbo) de “para” (preposição).
De acordo com a professora de português Sueli Baleei, “a unificação da língua irá fortalecer os laços entre os países lusófonos, a mudança trará tranqüilidade para quem gosta de ler livros de Portugal, Moçambique, enfim, os textos serão todos editados de forma idêntica”.
Duas ortografias oficiais
Hoje, o português é a única língua ocidental a ter duas ortografias oficiais, a portuguesa e a brasileira. Isto impede, por exemplo, que ela seja uma das línguas oficiais da ONU.
Inglês, espanhol, francês, alemão têm apenas uma grafia.
Para o historiador e professor em Francisco Beltrão Hermógenes Lazier, a unificação é positiva, “já que irá unir e fortalecer a língua portuguesa no mundo inteiro”. “O português deve ser uma língua unificada, escrita da mesma maneira em todos os países que falam o idioma, embora saibamos que as gírias, as particularidades de cada região, sempre existirão, e isto é positivo também”.
Dupla grafia
Portugal mantém o acento agudo no e e no o tônicos que antecedem m ou n, enquanto o Brasil continua a usar circunflexo nessas palavras: académico/acadêmico, génio/gênio, fenómeno/fenômeno, bónus/bônus.
Portugal elimina as consoantes não pronunciadas: ação (em vez de acção), batizar (em vez de baptizar), direto (em vez de directo), adotar (em vez de adoptar), objeção (em vez de objecção). Se a letra for pronunciada, porém, poderá ser mantida, como em facto, sector, carácter, amnistia, sumptuoso.
O idioma dos dois países diferirá ainda em formas como excecional e excepcional, conceção e concepção, perentório e peremptório, assunção e assumpção.
Hífen: uns continuam, outros não
Sobre o hífen, mantém-se nas palavras compostas: arco-íris, norte-americano, ano-luz. O sinal cai, contudo, em paraquedas e paraquedista (hoje, pára-quedas e pára-quedista).
Na prefixação, existe hífen sempre antes de h: semi-hospitalar, geo-história, sub-hepático. Se o prefixo ou pseudoprefixo termina por vogal e o elemento seguinte começa por r ou s, duplica-se a consoante: contrarregra, extrarregular, antissemita, ultrassonografia.
Se o prefixo termina por vogal igual à vogal inicial do segundo elemento, existirá hífen: anti-inflacionário, micro-onda, mega-ação, arqui-inimigo, contra-almirante, auto-ônibus. Se as vogais finais e iniciais forem diferentes, não haverá hífen: antieconômico, extraescolar, autoaprendizado, contraindicado, intraocular.
Muita coisa permanece como hoje: hiper, inter e super têm hífen antes de outro elemento iniciado por r: hiper-reativo, inter-relacionado, super-resistente. Ex e vice também mantêm o hífen existente hoje: ex-presidente, ex-marido, vice-prefeito, vice-diretor. Como atualmente, pós, pré e pró ligam-se com hífen a um segundo elemento “que tenha vida à parte”: pós-graduação, pós-tônico, pré-escolar, pré-natal, pró-africano, pró-europeu
O jornalista de Pato Branco Bruno Marchioro “o assunto não tem tanta importância”. “Para mim, a língua da globalização é o inglês. Não é necessário buscar fortalecer uma língua para talvez brigar por um espaço maior no globo. Existem milhares de dialetos no mundo e cada um tem o espaço dentro de seu povo, e esses povos não devem pensar em tornar seu dialeto uma língua universal. A história do planeta contribuiu para que o inglês se tornasse uma língua quase universal e esse desenvolvimento para mim é irreversível. Na minha opinião é mais interessante ensinar o inglês e o espanhol nas escolas, do que unificar a ortografia do português”.
O que muda na ortografia 2008
- As paroxítonas terminadas em “o” duplo, por exemplo, não terão mais acento circunflexo. Ao invés de “abençôo”, “enjôo” ou “vôo”, os brasileiro terão que escrever “abençoo”, “enjoo” e “voo”.
- Também não se usará mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos “crer”, “dar”, “ler”, “ver” e seus decorrentes, ficando correta a grafia “creem”, “deem”, “leem” e “veem”.
- O trema desaparece completamente. Estará correto escrever “linguiça”, “sequência”, “frequência” e “quinquênio” ao invés de lingüiça, seqüência, freqüência e qüinqüênio.
- Alfabeto deixa de ter 23 letras para ter 26, com a incorporação de “k”, “w” e “y”.
- O acento deixará de ser usado para diferenciar “pára” (verbo) de “para” (preposição).
- Haverá eliminação do acento agudo nos ditongos abertos “ei” e “oi” de palavras paroxítonas, como “assembléia”, “idéia”, “heróica” e “jibóia”. O certo será assembleia, ideia, heroica e jiboia.
- Em Portugal, desaparecem da língua escrita o “c” e o “p” nas palavras onde ele não é pronunciado, como em “acção”, “acto”, “adopção” e “baptismo”. O certo será ação, ato, adoçao e batismo.
Escrito por: Cristiane Sabadin (com pesquisa na internet) e publicado no Jornal de Beltrão on line