Estudo publicado na revista Cell
Novo fármaco imita nos ratos os benefícios do exercício físico
03.08.2008 - 02h33 Lusa, Reuters
Cientistas norte-americanos desenvolveram um fármaco que pode reproduzir os benefícios do exercício físico sem ser necessário ir ao ginásio. Esta é a perspectiva decorrente dos testes feitos com ratos de laboratório, cujos resultados foram publicados na revista Cell. O objectivo é ajudar a tratar a obesidade ou auxiliar quem não pode fazer exercício físico intenso, mas necessita de perder peso ou manter um peso adequado.
Segundo as conclusões da investigação, ratos sedentários que tomaram a substância durante quatro semanas queimaram mais calorias e ficaram com menos gordura do que outros não tratados. Quando testados em moinhos de roda, correram mais (44 por cento) e durante mais tempo (23 por cento) do que os não tratados.
Embora fique em aberto a questão de saber como é que estes resultados se poderão traduzir nos humanos, os cientistas esperam que o fármaco possa um dia ajudar a tratar a obesidade, a diabetes e as pessoas impedidas de praticar exercício físico por motivos médicos.
"Temos exercício em comprimidos", afirmou um dos autores do estudo, Ron Evans, do Instituto Salk para Estudos Biológicos e do Instituto Médico Howard Hughes. "Poderemos obter os resultados químicos dos exercícios físicos sem ser preciso praticá-los", referiu.
Noutra experiência com ratos que praticaram exercício, outro fármaco tornou esse treino físico mais eficaz e aumentou-lhes a resistência. Depois de um mês a tomarem a substância e a praticarem exercício, os ratos corriam durante 68 por cento mais tempo e 70 por cento mais longe do que outros que se exercitaram sem tomar o fármaco.
Ambas as drogas foram estudadas por investigadores para outros usos. A que imita os efeitos do exercício, chamada AICAR, está em fase avançada de testes em humanos para saber se pode prevenir uma complicação da cirurgia cardíaca de bypass.
Segundo Evans, experiências anteriores com este fármaco indicaram que pode prevenir o aumento de peso numa dieta rica em gorduras, o que a tornaria útil para tratar a obesidade. No entanto, teria de ser tomada durante um longo período, pelo que a sua segurança teria de ser garantida.
Várias companhias farmacêuticas estão a trabalhar em drogas deste tipo para tratamento da diabetes porque, nos animais, estimula os músculos a eliminar o açúcar do sangue. Um dos objectivos a alcançar pode passar por dar o benefício da actividade física regular a pessoas com problemas musculares, fadiga crónica ou obesidade impeditiva de se fazer exercícios
Um dos fármacos, o que torna o treino mais eficaz, que tem uma estrutura química simples e pode ser sintetizado facilmente, mesmo por químicos que desenvolvem drogas sintéticas para serem usadas no desporto. Além disso, há um risco de as substâncias serem desviadas para o mercado negro durante a fase de testes em humanos. Por isso os cientistas também desenvolveram uma forma de detectar o doping com estas substâncias e estão a trabalhar nesta técnica com a Agência Mundial Antidopagem.
Dados do estudo
Título: AMPK and PPARδ Agonists Are Exercise Mimetics
Publicação: Cell on-line, Julho de 2008
ps) Eu até percebo que a ciência nos leve cada vez mais longe e que eventualmente os beneficios de uma droga que simule os efeitos do exercicio fisico podera ter o seu lugar na luta contra a obesidade...
Mas meus amigos sejamos honestos...
Ou se investe verdadeiramente em prevenção primaria ou não ha comprimido que actue ao nivel populacional para reverter os efeitos devastadores da elevada prevalencia da obesidade em Portugal (e no mundo, for that matter!)!!
Não me refiro so a campanhas de informção e educação (que sim.... ficam muito bonitinhas em papel e nas politicas de saude governamentais) refiro-me a prevenção primaria de qualidade, estudada e avaliada! Por exemplo, com alterções sustentaveis do padrão de transporte das populações urbanas e peri-urbanas em que através de alterações ao planeamento urbano e de acessos à cidade se facilita a adopção de um padrão de transporte activo (i.e.: ir a pé ou de bicicleta para o emprego)!
Ou por exemplo, com a adopção de politicas que promovam a redução dos preços dos hortofruticolas para que seja acessivel comer sopa, salada e fruta diariamente!
Enfim... ha uma lista quase interminavel de medidas que podem ser adoptadas... e que so pensar em descreve-las me faz sentir como um verdadeiro velho do restelo, porque na realidade (e para o individuo) o sermão ouvido é quase sempre o mesmo: "Ande a pé, ou faça outro tipo de actividade fisica diariamente", "Coma hortofruticolas em abundancia", "Atenção aos alimentos muitos processados industrialmente que geralmente têm elevadas quantidades de gordura, sal e açucar", etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc
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