sexta-feira, novembro 24, 2006

Soneto de Amor

Descobri José Régio com o Cântico Negro...
Deslumbro com todas as frases desse poema e perco-me com reflexões nas frases em que ele escreveu...
"Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!"

Hoje fui à procura de mais... o google não falhou!
E para meu contentamento encontrei o soneto de amor.... "Não digas nada, Deixa a vida exprimir-se sem disfarce!"

SONETO DE AMOR

"Não me peças palavras, nem baladas,
Nem expressões, nem alma...Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas,
E entre os seios me apertes sem receio.

Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas...
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.

E em duas bocas uma língua..., - unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar-se.

Depois... - abre os teus olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus; não digas nada...
Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!"

poema de José Régio

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